Tem um e-book grátis que vai falar tudinho pra você sobre os nossos cães vira-latinhas. Link neste blog.

Escolha seu idioma - Select your language - Elija su lengua

Escolha seu idioma - Select your language - Elija su lengua

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Quem disse que Bento, o Bem-te-vi não sabe voar?

Vamos à parte derradeira desse storytelling** real que 
nos trouxe a emocionante história de Bento, o bem-te-vi



Michelle Oliveira e Deise Pacheco*




Michelle Oliveira


Muitos dias se passaram até que este texto pudesse ser escrito... Talvez bem lá no início seria impossível descrever com exatidão a carga emocional presente em cada linha escrita hoje.

Por dias convivemos com o Bento, o-alimentamos o-ensinamos a voar, fizemos o papel de mãe na ausência de sua mãe biológica. Ele esteve preso em uma gaiola quando não podíamos monitorar Bento e os gatos Azaf e Bella,  também ficou solto no jardim ou no banheiro, onde passou muitas tardes, refrescando-se do calor, nos dando um trabalhão para retirar abellhinhas que grudaram em seu corpo depois de um dia de aventura. Ele curtia quando cantávamos para ele e mais ainda de nossas atrapalhadas instruções de como melhorar seu voo.  

Os dias se passando e nós já aceitávamos a ideia de que em um determinado momento, em umas dessas aventuras, a principal, a de ser um pássaro iria acontecer e ele iria se render a quem era, aceitar sua condição de liberdade. Até que chegou o dia D. Ele se foi, assim, sem sequer um abraço de despedida. Voou até o telhado e de lá partiu para voos maiores, experimentando sua liberdade.

Um dia triste para nós que vivemos com os pés fincados no chão, que vimos o pequeno Bem-te-vi Bento ir embora, ainda sem que pudéssemos comprovar toda a sua capacidade de sobrevivência, mas felizes porque será grande e linda a sua nova jornada sem grade, porta ou qualquer coisa que limite seu espaço.

Deise Pacheco


Esperávamos talvez um voo apoteótico, grandioso mas a vida é bela pela imperfeição dos pequenos gestos. E por aqui ficamos em nossos pensamentos, talvez (re)encontre sua família, talvez, com medo, volte pra cá, talvez já esteja longe em rodopios sentindo a força de suas asas rompendo a física, talvez nem seja o melhor dos pássaros em se tratando de voos...

Todos esses “talvez” alimentam a esperança que temos que ele será feliz e nenhuma certeza nos traria essa sensação de que temos que torcer por ele mesmo que nos fuja aos olhos. Não poderíamos, porém, não agradecer a pessoas e também criaturas muito importantes que nos ajudaram a cuidar do Bento.

"Qualquer espaço fechado por maior que seja é insuficiente pra quem é livre"


À veterinária Camila Lommez  que nos ensinou como alimentá-lo, à vovó Dalva que nos ajudou com o cuidado e carinho, aos gatos mais lindos do mundo, Bella e Azaf que nunca tentaram comer o Bento, exceto na primeira semana....(Depois disso conseguiram enxergar Bento como parte da família e não como um cardápio especial). E ao blog Bichos de Companhia que abriu espaço para contarmos a história do Bento, o bem-te-vi.

Compartilhamos com prazer, pelo menos, dois grandes ensinamentos que aprendemos nessa convivência com Bento.  Qualquer espaço fechado por maior que seja é insuficiente pra quem é livre a segunda lição é que não se limite a amar, pois foi  o nosso amor que fez um dia um pássaro voar.


Terminamos assim esta história, uma partida sem aviso prévio... A partir do vínculo de afeto, optamos por dizer apenas até logo, Bento. Já estamos com muitas saudades. 


Michelle Oliveira é designer, mãe postiça de um bem-te-vi filhote nas horas vagas e colunista convidada do Bichos de Companhia. Deise Pacheco também foi mãe postiça de Bento
** Storytelling: expressão que significa contar uma história relevante e que para a turma do marketing é um recurso criativo para levar essas histórias para as diversas mídias de forma simultânea e apropriada a cada canal

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Bichos de Companhia agradece o seu contato. Em breve, enviaremos sua resposta.