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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Período de férias gera aumento de cães e gatos abandonados nas ruas


Não pegue a estrada e deixe seu cãopanheiro para trás

É tempo de férias, de programar a viagem em família. A estação marcada habitualmente pelo céu de brigadeiro, sol brilhante e clima típico de verão também anuncia previsões bastante contraditórias a essa alegria e muito desanimadoras. É nesta época que aumenta significativamente o número de cães e gatos abandonados em todo o país.

Embora não haja estatísticas oficiais, os abrigos que recolhem animais das ruas alertam em uníssono para o aumento do numero de abandonos nos períodos de férias de verão, quando praticamente triplica o número de resgates para esses locais já superlotados.

Carla Roberta Magnani, do SOS Bichos, de Belo Horizonte, observa um aumento de, pelo menos, 50% no número de resgates feitos pelos voluntários do grupo em períodos de feriados prolongados e a partir das festas de fim de ano.

Crispim Zuim, do projeto O Lobo Alfa, concorda que os meses de dezembro a fevereiro são os piores para quem atua de forma voluntária no resgate, cuidados e encaminhamentos para adoção de animais abandonados. “As pessoas estão mais focadas em sua programação de férias e preferem despejar o animal na rua que pensar em encontrar um lugar para deixá-lo nesses dias em que estarão viajando. Não bastasse isso, é também nesta época em que conseguimos menos adotantes para tantos animais à espera de um lar, pois as decisões ficam adiadas para depois do Carnaval”.

Ele acrescenta que “a combinação destes dois fatores, aumento do número de abandono e poucas adoções concretizadas, contribui para o caos. Os abrigos ficam superlotados, sem vagas para novos resgates. Os protetores precisam eleger os casos mais urgentes, como se a eles coubesse a decisão sobre qual animal deve merecer uma segunda chance. Até as clínicas veterinárias sentem queda no movimento, como se os animais não adoecessem nas férias de seus guardiões humanos”. E, para completar, emenda ele, “as chuvas frequentes desta época tornam todos os casos urgentes. É muito difícil ver um animal precisando de socorro, já estando com outro no carro, em direção a uma clínica”.


Seu animal sofre quando você o abandona
Carla e Crispim concordam que na falta de condições de incluir o animal na programação de férias, diante da inexistência de uma pessoa com quem deixá-lo ou mesmo a falta de vontade e condição de procurar um hotelzinho para deixar o bichinho são as principais causas do problema do abandono nas férias. São causas, mas não são justificativas, até porque a situação apenas se agrava neste período. Por trás disso, eles defendem, está a despreocupação, a falta de amor em relação ao animal, deflagrando a ausência de planejamento da família ou do guardião (nome que o BICHOS DE COMPANHIA vai passar a utilizar em substituição à palavra dono) antes de adquirir um animal de companhia.

Aquisição por impulso fazem
 poodles, pitt bulls, labradores
e vira-latas vitimas do abandono

A falta de planejamento ganha força na aquisição de um animal por impulso, atendendo a modismos e ao status que pode vir a representar ter um cachorro ou um gato igual ao do filme, da novela, ao do vizinho ou ao do artista famoso. Para evitar as armadilhas da aquisição por impulso que vão gerar os conflitos pré-férias em famílias e, sobretudo, sofrimento para o animal, é preciso antes de qualquer coisa se fazer algumas perguntas e obter respostas verdadeiras que só interessam a quem se propõe a levar uma mascote para dentro de casa. Ou seja, não é preciso que você divulgue suas respostas para ninguém caso perceba que o momento não é o ideal para realizar a aquisição do bicho de companhia.

Se você concluiu que não pode fazer isso neste momento de sua vida, parabéns pela sinceridade e saiba que contribuiu de forma exemplar para evitar o abandono, mortes e sofrimento para um ser que não pediu para você adotá-lo por impulso e deixá-lo a mercê dos perigos da rua porque simplesmente se arrependeu ou decidiu que não vai mais cuidar dele.

Crispim observa que na Itália, por exemplo, na época do lançamento do filme 101 Dálmatas, houve uma corrida às lojas de animais e uma grande procura por cães dessa raça. “E é claro que os criadores se apressaram a produzir filhotes suficientes para atender a demanda. Nas férias seguintes, o número de dálmatas mortos pelas estradas foi assombroso”, conclui.

No Brasil, ele pontua, presenciamos há alguns anos o aparecimento do pit bull. Sobretudo na periferia, era comum encontrarmos grupos de rapazes, cada um ostentando o seu cachorro da raça. Belos, fortes, bem alimentados, pelo escovado. “A moda passou e o resultado disso está por aí. São muitos os pit bulls e mestiços da raça espalhados por aí, sofrendo preconceitos que nasceram de criações inadequadas e causando enorme dificuldade nos encaminhamentos à adoção”.

Os dóceis e carentes cães da raça poodle também são grandes vítimas do abandono provocado pela aquisição por impulso. “A raça se popularizou, mas não está adaptada para viver em terreiros ou canis. São cães para serem criados dentro de casa. As pessoas não imaginam que precisam de tantos cuidados especiais. Precisam de banho e tosa regulares, precisam de limpeza constante do canal auditivo, precisam ser escovados periodicamente. Já vi poodles com otites severas, a ponto de necessitarem de cirurgias, causadas por falta de limpeza preventiva dos ouvidos. Outros com dermatites crônicas e feridas por todo o corpo, por falta de banhos e escovação”, exemplifica o protetor.

PLANEJAMENTO Não é difícil planejar a aquisição de um animal e se autoquestionar para as responsabilidades que estão por vir com a chegada do cachorro, do gato ou outro bicho de companhia. As perguntas são simples: cabe um animal neste momento em sua vida? Em sua casa? Todos estão de acordo? Você está preparado para cuidar de uma vida durante os próximos 20 anos, no mínimo? Você mora em apartamento ou casa? Você tem tempo para se dedicar ao animal, sair para passear com frequência, brincar com ele, dar a ele um pouco de afeto? E por que você quer ter um cachorro ou um gato? Está preparado para os gastos com vacinação anual, ração, medicamento e consultas ao veterinário sempre que necessário?

Se não há esse planejamento, inevitavelmente você vai acabar por fomentar o abandono. Seja nas próximas férias com a família ou na mudança de endereço que, sem esta preparação prévia, vai deixar pra trás o cão ou o gato, expondo o animal aos ataques de vizinhos, de outros animais, ao risco de atropelamento e, mesmo causando-lhe a morte por sofrimento intenso. Sem falar que animais abandonados também contribuem para a proliferação de doenças que causam mortes também aos seres humanos, são as zoonoses (doenças de animais que não tem os cuidados necessários e que são transmitidas ao homem).

“Nenhum cachorro, nem mesmo os sem raça, ao contrário do que acreditam alguns ignorantes, está preparado para a vida livre. Não sabem viver nas ruas. Não evoluíram para isso. São animais totalmente dependentes de nossa espécie”, alerta Crispim, de O Lobo Alfa.
Nas ruas é fácil identificar um cão ou um gato que sempre teve um dono (guardião) e, depois foi largado para trás sem o mínimo de remorso por pseudos-guardiões que saíram de férias ou se mudaram de casa, abandonando o animal à própria sorte. Eles tem características em comuns: não sabem se comportar na rua, parecem deslocados, são arredios, tem medo de tudo, observam tudo o que está em volta.

Antes de abandonar, lembre-se de que seu animal pode não ter a chance de ser resgatado por alguém e morrer atropelado ou à míngua, vitima de sua negligência. “O discurso de quem abandona é quase sempre o mesmo: ‘Alguém vai ficar com ele’. Mas precisam entender e saber que não é assim. Precisam entender que a maior parte morre em condições de extremo sofrimento e dor”, adverte Crispim.

GUARDA RESPONSÁVEL A guarda responsável que, entre outros princípios tem como bandeira a castração para se evitar crias indesejáveis e coibir o abandono, é apontada como solução pelos protetores conscientes dessa situação.

“A guarda responsável, que literalmente educa as pessoas sobre as condições necessárias para ser o guardião de um animal, a penalização exemplar das pessoas que abandonam ou maltratam animais e a cobrança junto ao poder público de ações efetivas para coibir o abandono são questões fundamentais que devem ser implementadas como solução para o problema do abandono”, propõe Carla Roberta.

“Por tudo isso, penso que é obrigação de todos os que amam animais, contribuir para controlar a natalidade, pelo menos neste momento, até que nossa espécie tenha evoluído o suficiente para deixar restrito somente aos dicionários o significado da palavra abandono”, considera Crispim Zuim. Enquanto isso, ele sugere que a castração cirúrgica e o boicote ao comércio de animais sejam intensificados como as formas mais eficientes de minimizar o sofrimento dos que ainda precisam de socorro.


Cães e gatos são habitualmente largados
nas estradas por quem decidiu
 que não quer mais cuidar deles

Parceria PPP para evitar abandono nas estradas - A propósito dessas sugestões, destaca-se um convênio firmado em dezembro de 2011, entre a prefeitura municipal de Porto Alegre e a concessionária Triunfo-Concepa, que é a responsável pela manutenção e patrulhamento de um trecho de rodovia que corta a capital gaúcha. Uma parceria público-privada (PPP).A idéia do acordo fechado entre a iniciativa pública e privada é combater o abandono de animais nas estradas. O material traz orientações sobre os cuidados necessários que se deve ter com os animais de estimação e o planejamento das férias da família sem esquecer os animais com quem convivem dentro de casa. A partir do dia 07 de janeiro de 2012, panfletos e informativos começaram a ser distribuídos nos postos de pedágio e animais recolhidos eram encaminhados à castração e atendimento médico veterinário.
Planeje suas férias pensando no seu pet*

- Verifique a possibilidade de levar o animal em sua viagem;

- Não mantenha o animal trancado em casa diante de um pote imenso de ração e outro de água;

- Consulte amigos, vizinhos ou parentes que possam passar um tempo com o bichinho em casa ou que possam visitá-lo todos os dias para trocar a comida e a água;

- Não abandone o pet. Abandonar aquele que jamais teria a mesma atitude com seus donos é uma atitude abominável, é uma traição. Além disso, abandono é crime.

* (Blog Animal – Gazeta do Povo)

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