Ao jornal Estado de Minas, desta quinta-feira, 11, que repercutiu o caso do edital de venda por meio de leilão de 10 cães que a PMMG considera como "bens inservíveis", o major Enos Machado, comandante da Companhia de policiamento com cães, explicou que os animais não apresentaram as quatro aptidões necessárias ao serviço militar. Segundo ele, para trabalhar como policial, o cão deve ter desenvolvidos o faro (para drogas ou explosivos), tendência para captura (deve morder bem e ter gana para a caça), obediência para o policiamento ou deve servir para demonstrações.
Assim, em função dos custos de manutenção de um animal e diante da conclusão da corporação de que os cães não servem à PMMG, os cães serão leiloados. De acordo com o major ao jornal, o custo para se manter um animal no canil é de, pelo menos, R$ 156 por mês.
E mais: ele explicou à reportagem do EM que "melhorias no cruzamento genético são feitas na maternidade do canil para que cada vez menos ocorra o descarte de animais. Mas, ainda assim, de cada cinco cães que nascem, um não apresenta as aptidões para o trabalho". Além desses, ele disse, costuma ir a leilão também os animais que esgotaram a vida útil de oito anos de serviço. Ressalte-se que dessa leva, os dois pastores, um casal, já estão com oito anos de idade, ou seja, são considerados velhos para a corporação. Destaque-se ainda que os pastores alemães costumam apresentar problemas de displasia muscular à medida que alcançam a idade de oito anos, ou seja, esse casal de cães da PM, dada à situação de estresse em que eram submetidos enquanto trabalharam como policiais, poluição, trânsito, áreas de alta periculosidade, certamente estão ou estarão em breve com graves problemas de saúde que o futuro dono terá de arcar. Isso se vai arcar mesmo ou se vai descartá-los nas ruas.
E, por fim, o major explicou ao jornal Estado de Minas que os cães pertencem ao estado e são considerados patrimônio público e, por isso, não podem ser doados. ]
Ora, isso já sabemos, que os cães pertencem ao estado, logo, são patrimônios do estado. E são patrimônio do estado, nós, cidadãos que cumprimos nossos deveres cíveis e pagamos nossos impostos, temos o direito de sermos consultados sobre a melhor destinação desse patrimônio que é público.
Afinal, imaginem, lances que começam com R$ 100, qualquer um pode arrematar um cão que carrega o status de ter passado por uma corporação militar, é levado para a casa por uma família que vive num orçamento apertado. Na primeira dificuldade financeira, quem deverá ser o primeiro gasto a ser cortado? Haja vista as crises na Europa, são exatamente os animais de estimação que estão indo parar na rua aos montes, abandonados por filhos ex-emancipados que diante do desemprego retornam à casa dos pais e dispensam os cães por falta de condições financeiras. Se no mundo desenvolvido acontece assim, porque no Brasil emergente seria diferente?
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