Bento, o bem-te-vi avançando para território alheio

E o nosso storytelling continua explorando as descobertas 

de Bento, o bem-te-vi que caiu do ninho e está aprendendo

a voar...

Por

Michelle Oliveira*

Hoje, Bento, o bem-te-vi,  foi fazer seu habitual treinamento e esperar pela visita de seus pais. Treinamos alguns voos, centímetros a mais alcançados a cada dia, parafraseando Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua: um pequeno passo para um humano, mas um enorme avanço para uma ave.

Desta vez, seus pais não apareceram e confesso que um misto de tristeza e preocupação começaram a me incomodar. Bento sente a gaiola ficar a cada dia menor e não ver seus pais deve trazer uma imensa sensação de abandono e falta de referência.

Mas vamos ao acontecimento marcante do dia:  após treinar várias vezes ele ficou solto no jardim, desbravando lugares passeando pelas imensas plantas, entre gramas e roseiras. E em uma dessas aventuras, resolveu visitar uma pequena colmeia de abelhas inofensivas que moram há anos no nosso jardim. Foi aí que ele aprendeu que uma importante lição: que ele pode até conseguir lidar com uma ou duas abelhas, mas diante de um montão delas juntas, poderá sair perdendo.

Quando fomos ver como Bento estava, percebemos que em todo o seu corpo tinha abelhinhas grudadas, da cabeça às patas  e no bico.  Eram muitas para mais de 50 abelhas. Motivo ainda desconhecido para o ataque, mas forte o bastante para um banho fresquinho e cafuné ao sol para aquecer.

Bento, hoje, aprendeu que alguns territórios são bem perigosos. Mais uma lição também apreendida por nós. Quando olharmos para o céu, e virmos passar uma revoada de bem-te-vi, sentiremos o dever cumprido, pois qualquer uma daquelas aves fortes e valentes poderá ser o nosso pequeno e eterno Bento, que um dia acolhemos de sua queda no ninho, ensinamos a comer, a fugir de abelhas e a voar.

* Michelle Oliveira é designer, mãe postiça de um bem-te-vi filhote nas horas vagas e colunista convidada do Bichos de Companhia

** Storytelling: expressão que significa contar uma história relevante e que para a turma do marketing é um recurso criativo para levar essas histórias para as diversas mídias de forma simultânea e apropriada a cada canal.