Gatinhos adestrados do Teatro de Gatos de Moscou
O BICHOS DE COMPANHIA sempre fala muitos nos cães. Afinal, além de figurarem no primeiro lugar na preferência do público no quesito “animais de estimação”, eu, Nádia, editora-chefe deste blog, praticamente só tive cães desde a infância. Acho que já falei o nome deles aqui, se não falei, falo agora: a precursora Rhaid, minha dobermann protetora, Bob, Pitty (ele era um menino e é mais antigo que a cantora baiana), Brasinha, Kika Ribsa (esta mais recente, que já chegou a editar o blog). A todos minha homenagem, pois já viraram estrelinhas e iluminam o céu que eu olho todas as noites. Além dessa turminha, com quem convivi diretamente, tem também uma galerinha agregada, cães que fizeram parte da minha vida enquanto criança e que estavam em quintais alheios: a Priscila, da minha avó (também passaram outros por ali, mas não me recordo dos nomes), a Luana, uma pinsher encrenquinha e barulhenta (da Nilda, mãe da amiga Ana Paula). Enfim, na minha vida os cachorros também foram maioria.
Olha eu e a Xaninha aí....Saudades...
Xaninha, a única
Mas tive sim uma gatinha, a única. Xaninha, uma vira-lata pura, doce, sofrida, que veio no pacote quando meu pai comprou o sítio da família. Ela e o Bob, cão amarelo, aliás. Muito sozinhos ali na roça os dois me provaram desde novinha que esta história de cão e gato inimigos eternos não deve ser generalizada. Lembro-me de ter visto várias vezes Xaninha dormir próximo a boca do Bob, entre suas patinhas dianteiras. Também vi várias vezes os dois brincarem juntos, rolarem no chão.
Não é uma verdade absoluta que cães e gatos são inimigos. Se forem criados juntos, podem sim ser grandes amigos. Minha Xaninha e o Bob já me provaram isso no passado
Verdade que Xaninha não chegou a ser única, pois gerou muitos herdeiros, dos quais apenas um, o Xaneco, ainda que bastante arisco, mantinha uma certa aproximação da família. Mais de mim que dos outros, meu pai, minha mãe e irmão, é verdade.
Xaninha tinha seus filhotes longe de casa. Quando descobríamos a ninhada, ela mudava de lugar. Sabia que confiava em mim, mas do alto de sua sabedoria felina sabia que eu era uma criança e não tinha condições de defendê-la dos demais. Enfim, esta postagem dedico à Xaninha que experimentou todas as suas sete vidas (um mito que vamos quebrar já já) e, de uma forma singela, eu, criança, consegui ajudá-la a sobreviver a muitos sumiços que os adultos tentaram dar nela. Lembro-me de uma vez que providenciei uma tala de graveto para colocar junto da patinha machucada dela, improvisando uma muletinha. E tanto fiz até convencer meus pais para consultarmos um veterinário que fosse capaz de consertar a patinha dela. No entanto, na sua oitava vida ela não resistiu e partiu, não sei como e nem porque, mas também virou estrelinha e está lá na minha constelação animal especial.
Então, pelos próximos dias, o BICHOS DE COMPANHIA vai falar deles, os gatos. Minha editora-assistente 1, a Mila, não defendeu a pauta, devido ao estranhamento que ela, enquanto um ser da espécie canina, tem dos felinos de uma maneira geral. Mas, como foi voto vencido, já que conto com o apoio, ainda que meio de focinho torcido, da minha editora-assistente 2, a Pepê.
Pepê dando uma conferida na postagem, enquanto a Mila fica só na espreita, torcendo contra a edição da matéria sobre os gatos...
Pepê dando uma conferida na postagem, enquanto a Mila fica só na espreita, torcendo contra a edição da matéria sobre os gatos...
Descobri numa banca no aeroporto internacional Tancredo Neves, em Confins, próximo a Belo Horizonte, uma revista que é um verdadeiro anuário de gatos e cães, produzido pela Super Interessante, do grupo Abril. E é este material que vai ser a fonte das postagens da semana sobre os felinos.
Os sete maiores mitos sobre os gatos
Começamos (assim como a revista Super Interessante), por abordar e jogar por terra os principais mitos que pairam sobre os gatos, injustiçados por inverdades que ganharam popularidade.
MITO 1 – Gatos odeiam água
Depende do gato. Algumas raças, como o maine coon e o turkish van, adoram. Tanto que na falta de um rio ou de lago, se enfiam debaixo de torneiras, dentro de banheiras e até em vasos sanitários. Para as outras raças, de acordo com veterinários consultados, é tudo uma questão de costume. Os veterinários também lembram que os gatos são animais bastante higiênicos e mesmo os que não são muito chegados a um banhozinho estão sempre se lambendo para ficarem bem limpinhos.
Maine coon
Origem EUA, 1860
No inverno do leste dos EUA, sobreviveram
os gatos com pelos fartos
o bastante para passar pelo frio e
tamanho suficiente para caçar lebres.
os gatos com pelos fartos
o bastante para passar pelo frio e
tamanho suficiente para caçar lebres.
MITO 2 – Eles enxergam no escuro
Quase. Eles têm uma visão noturna 10 vezes melhor do que a dos humanos. Mas ainda é preciso haver alguma luz para que uma camada extra de células que existe nos olhos dos gatos possa refleti-la de volta à retina, aumentando a visão.
MITO 3 – Gato preto dá azar
Essa é uma lenda contraditória. Em boa parte do Ocidente, a partir da Idade Média, surgiu a crença de que cruzar com um na rua era azar na certa. No Japão e Reino Unido, no entanto, encontrar um gatinho preto enquanto caminha é um bom sinal. Pelo menos para os gatos a cor preta é mesmo sinal de boa sorte, pois uma pesquisa do Instituto Nacional de Saúde dos EUA sugere que o gene que dá a coloração preta ao animal também seria responsável por torná-lo imune ao vírus do HIV felino.
MITO 4 – Eles não podem ser adestrados
Apesar da fama de insubordinados, podem sim. O adestrador Gustavo Campelo, de São Paulo, afirma que com um pouco de paciência e as técnicas certas, gatos podem aprender os mesmos truques que os cachorros. Na Rússia, há três décadas, o Teatro dos Gatos de Moscou conta com mais de 120 gatos que fazem acrobacias, andam em corda bamba e equilibram bolas no nariz.
Gatos adestrados do Teatro dos Gatos de Moscou
MITO 5 – Apegam-se a casa e não aos donos
Gatos têm um forte senso territorial, mas também sabem muito bem quem cuida deles. (Eu dou meu testemunho sobre isso. A Xaninha, para minha felicidade, sempre voltou para o sítio depois de todos os sumiços que os adultos tentaram dar nela).
Em 1952, destacou a revista, uma gata persa andou mais de 2400 quilômetros pelos Estados Unidos até encontrar seus donos que se mudaram da Califórnia para Oklahoma.
MITO 6 – Gatos tem sete vidas
Bem que eles gostariam. Em alguns paises do hemisfério Norte, a lenda diz que até nove. Mas a verdade é que tem uma só, que dura em média 15 anos para gatos domésticos e apenas dois para gatos de rua.
MITO 7 – Sempre caem em pé
Esse é um dos mitos que deram origem a história das sete vidas. Mas a queda precisa ser de uma distância mínima de 60 centímetros do chão para que eles consigam se virar a tempo. E se for de uma altura muito grande, mesmo caindo sobre as quatro patas, podem se machucar.
Fonte:
Revista Super Interessante, editora Abril. O livro dos Gatos.
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