Kelly, a young lady que precisa de um lar e de carinho

A kelly esteve sob a tutela do BICHOS DE COMPANHIA depois que foi resgatada das ruas

Nota triste: Hoje, dia 03/06, pela manhã recebemos a notícia de que a Kelly não está mais entre nós. Ela partiu. E foi, certamente, para um lugar onde ela encontrará respeito e amor, sentimentos que não encontrou aqui. Como estava muito fraquinha, não resistiu e morreu após uma parada cardíaca. A causa da morte não pode ser identificada com certeza. Acredita-se que a cadelinha tivesse problemas cardíacos em função da obesidade. Aguardávamos o resultado do exame de leish (que nem ficou pronto ainda) para fazermos outros exames e iniciarmos tratamento necessário. Fique em paz.

Nem bem me recuperei do luto pelo Lucky, já estou às voltas com a Kelly. É um movimento cíclico que faz sofrer animais indefesos e pessoas sensíveis ao abandono e maus-tratos causados por seres humanos alheios - alguns eu diria que são até bem conscientes do mal que espalham - ao sofrimento que provocam em seres de uma mesma espécie, inclusive.

Kelly estava no meu caminho para o trabalho. Tentei passar e fingir não percebe-la ali, como fazem tantos que passam, não conseguem ver ou fingem não ver. Mas ela estava ali, quietinha, como se aguardasse a volta de quem a deixou ali. Os olhos tristes. Olhos verdes tristes, clamando por ajuda, por tentar entender o que estava acontecendo, porque motivo estava ali sozinha, abandonada.

Acabei me atrasando para chegar no trabalho, mas não podia deixá-la ali à mercê dos perigos do abandono. Passei um cinto fino de pano ao redor da coleira que já estava em seu pescoço e a levei para a clínica veterinária de confiança (não a mais próxima, ali na esquina da avenida Assis Chateaubriand simplesmente por se tratar de estabelecimento aquém de uma relação de confiança e reciprocidade. E por isso tivemos de caminhar um pouquinho mais em busca da proteção da clínica do dr. Marcelo Lobão).

Ela parecia cansada e sedenta. E estava mesmo. Na clínica bebeu muita água. Nunca vi um cachorro beber tanta água como ela bebeu. Trata-se de uma young lady, uma jovem senhora para os padrões caninos, do alto de seus estimados oito anos de vida. O cansaço excessivo, segundo o vet, talvez venha da relativa obesidade. Ela pesa 19 quilos. É baixinha. Tem as patinhas curtinhas de um basset e os olhos coloridos de um husck siberiano. Muito calma, extremamente eu diria. Muito dócil. Características que agravam o sentimento de raiva que toma conta da gente quando pensamos como alguém pode ter tido a coragem (ou seria falta dela?) ou absoluta covardia de abandonar uma cadelinha assim. Por tudo isso, a Kelly para mim é o símbolo da guarda irresponsável de um animal de estimação. Estamos aguardando o resultado do exame de sangue para definirmos a situação. Interessados em ajudar no caso da Kelly, com adoção, divulgação, abrigo, contribuição: (31)9207-8350 / 8310-3120.