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terça-feira, 5 de abril de 2011
Cavalos da PMMG seguem rotina de exercícios e se aposentam aos 25 anos
O jornal Estado de Minas desta segunda-feira, 4, trouxe uma matéria muito bacana sobre a rotina de exercícios dos cavalos da Polícia Militar de Minas Gerais para ajudar no patrulhamento e segurança urbana. Uma rotina que pode até mesmo gerar estresse, mas bem-tratados e com acompanhamento veterinário, os animais recebem todos os cuidados e treinamentos necessários para atuarem diariamente nas ruas e avenidas movimentadas. Aos 25 anos de idade e de serviços prestados, os animais se aposentam e são soltos em pastos para descansar, tendo todo o acompanhamento veterinário. O blog BICHOS DE COMPANHIA destaca que assim deveriam ser tratados os cavalos que trabalham pelas ruas das cidades país afora. Um recado aos carroceiros que, muitas vezes, submetem seus animais, que ajudam no ganha-pão diário, a rotinas desgastantes e, pior, com animais esquálidos e muito machucados.
Os cavalos que acompanham os militares da Polícia Militar de Minas Gerais têm uma rotina de exercícios para desempenhar suas funções de auxílio na segurança e no patrulhamento da cidade. E no decorrer da semana, eles se revezam em atividades de vigília na Savassi, na região hospitalar e no Centro de Belo Horizonte. A exemplo dos conceitos militares, a disciplina também integra a rotina desses trabalhadores, que como o ser humano, têm crises de estresse. Pacientes e obedientes ao comando, percorrem ruas e avenidas movimentadas da capital sem se incomodar com o trânsito ou ruídos, em sua missão mais importante: a prevenção de crimes. Os 323 cavalos do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes, da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), são tratados pela corporação como dedicados funcionários. Todos têm nome, número e muito trabalho.
Mas não é qualquer um que pode ostentar o distintivo da PM na sela. O animal tem que preencher uma série de requisitos, como explica o tenente Henrique Garcia, do regimento. “Ele deve ser dócil e tranquilo. Por isso, optamos pela raça Brasileira de Hipismo, que, além do bom temperamento, é ágil, tem grande porte, mas não é pesado”. Antes de entrar para o plantel da PM, o cavalo faz treinamento, que envolve simulações de bombas e episódios de conflito. “Ele tem de se acostumar ao barulho e outras situações, pois nas ruas vai conviver com buzinas, motores de carros, multidões etc”.
E ele tem companheiro fixo no batalhão: cada policial recebe um cavalo emprestado quando entra para o regimento. “Isso facilita o entrosamento entre eles. Vão formar o que chamamos de conjunto cavalo-homem, um trabalho em equipe. E, em nenhuma situação, é aconselhável que o policial abandone o animal, nem para correr atrás de um suspeito. Isso pode causar algum acidente”, diz o tenente. Nesses casos, o militar deve chamar reforço. Além da vigília do dia a dia, eles participam do policiamento especial. “São os eventos, como shows, jogos de futebol e exposições agropecuárias no interior do estado, e também as manifestações, greves ou situações fora da rotina”, explica Garcia.
A cada três meses, os cavalos passam por uma consulta de rotina, em que são avaliados, vacinados e vermifugados. “Quando estressados, alguns balançam de um lado para o outro na cocheira, uns têm gastrite, outros manifestam doenças de pele. A rotina deles é estressante, pois a maior parte do tempo ficam nos estábulos e, quando saem, vão trabalhar em um ambiente totalmente diferente”, explica a veterinária tenente Laura Esquário. Para tentar minimizar o estresse, a alimentação é reforçada. “Usamos uma ração especial com base no feno”, diz Laura.
Equoterapia Além da inspeção nas ruas, os cavalos da PM têm outro trabalho muito especial: a equoterapia, tratamento no qual são usados para ajudar a reabilitar portadores de necessidades especiais, método reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina. Por meio de um convênio com a Secretaria de Estado de Saúde e a Fhemig, uma equipe multidisciplinar, formada por fisioterapeutas, ortopedistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, médicos e psicólogos, atende cerca de 300 pacientes por mês no Centro de Equoterapia Alferes Tiradentes.
Segundo a fisioterapeuta Cinthia Magalhães, o animal permite avanço significativo no tratamento dos pacientes. “É o único instrumento que nos permite fazer o movimento tridimensional, que é de cima para baixo, de um lado para o outro e de trás para frente”, diz. Bianca Azevedo, de 7 anos, portadora de paralisia cerebral, iniciou o tratamento há pouco mais de um ano. O pai, Audálio Alves, já nota os resultados: “Melhorou o equilíbrio, a postura e, principalmente, a autoestima. Ela adora vir aqui”. O centro funciona de segunda a sexta-feira e é aberto à comunidade. O atendimento é gratuito, mas, para ter acesso, é preciso entrar na lista de espera, onde há 500 inscritos.
Depois de tanto trabalho e anos de dedicação, eles se aposentam. Aos 25 anos de vida ou quando a saúde está debilitada, são levados ao Pelotão de Polícia Montada na Região Nordeste de BH. “Lá, são soltos no pasto e recebem a visita de um veterinário toda semana. O objetivo é deixá-los descansar, depois de uma vida inteira de serviços prestados”, revela Laura.
História
Com 235 anos, a PMMG é a mais antiga das corporações policiais do Brasil. Segundo registros históricos, sua origem se deu com o Regimento Regular de Cavalaria de Minas, em 9 de junho de 1775, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, na Região Central. A cavalaria tinha a missão de guardar as riquezas extraídas das minas de ouro na região de Vila Rica. Considerado o patrono da cavalaria, o alferes José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, herói da Conjuração Mineira, deu nome ao primeiro regimento. Por isso, anualmente em junho, aniversário de sua fundação, a PMMG concede a Medalha Alferes Tiradentes, sua mais alta comenda, a autoridades civis e militares que se destacaram na sociedade. Além do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes, cuja sede é no Bairro Prado, Oeste de BH, a corporação conta com outras sete unidades de polícia montada na capital e região metropolitana
Matéria e foto: Jornal Estado de Minas, 04/04/2011
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