Maurício encontrou um amigo e já o chamou de Brooks
A XXI Edição da Feira Adote um Amigo, parceria de sucesso entre Prefeitura de Belo Horizonte e ONGs da capital mineira, ocorrida no sábado, 5, representou um marco histórico para a sociedade em geral e, principalmente, para todos aqueles que acompanham de perto, anos a fio, a questão dos animais abandonados e resgatados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município. É a primeira vez que o local acolhe uma feira de adoção de animais e abre as portas a um evento desse tipo, unindo-se e dando respaldo ao trabalho já desenvolvido com propriedade por protetores independentes, grupos e abrigos de animais não governamentais da cidade.
E o resultado não deixou a desejar. Segundo Fabiane Calavera, da organização permanente da Feira Adote um Amigo, 25 animais, entre cães e gatos, foram encaminhados, neste dia, a novos lares e deixaram, finalmente, os muros do canil rumo a um novo destino. “Uma quantidade muito melhor que a alcançada em feiras realizadas pelo programa em bairros mais nobres da cidade”, comparou.
A Pepita era um dengo só no colo da nova vovó Simone. Olha que delícia! Nào dá mesmo pra resistir
Aí em cima, a Pepita está colocando a coleira para ir embora e conhecer o novo lar. E abaixo, a família posa para a foto: Pepita com vovó Simone e mamães Ana Paula de Aguiar Rossi e Luiza Aguiar Ribeiro que são primas
A Wal carrega feliz a Tacha ao lado da cunhada Vanessa
O casal Ingrid e Samuel encontrou a Bela e vão lhe dar um novo lar: uma filhotinha que nasceu na rua, foi resgatada e nào voltará para a rua graças ao amor dos dois
Uma nova família também para a pequena Mel no colo
do Diego e junto com os pais Ernani e Alessandra
Mais um filhotinha vê seu futuro nas mãos de uma nova família
A pequena Thamy, nome sugerido pela fotógrafa (rs!), no colo do papai. Quem vai bater o martelo e decidir o nome é claro que é a mamãe quando chegarem em casa
Câmara de gás: ação do MP põe fim a um crime ambiental cometido dentro dos muros
do CCZ-BH que hoje salva vidas ao contrário do que fazia em um passado recente
A médica Eulália Jordá-Poblet, uma das principais personagens responsáveis pela mudança significativa ocorrida dentro dos muros do CCZ-BH, fez questão de estar presente acompanhando o trabalho dos voluntários da Feira Adote um Amigo. E é claro que as lembranças passaram como um filme pela sua mente, emolduradas pela emoção, pelo orgulho de ter participado ativamente do processo e com satisfação reconhece ter valido a pena ter corrido riscos para fazer a foto que iria mudar a história de extermínio indiscriminado na famigerada câmara de gás e contribuir de forma significativa para este novo cenário, onde ainda cabem mais mudanças essenciais.
A médica Eulália Jordá-Poblet acompanha satisfeita o trabalho dos voluntários e encontra a paciente e amiga Maria Beatriz Bessa Guimarães, a Bia, que adotou o Petrus
“Há oito anos deixei um táxi me esperando na porta do canil e simulei o sumiço de meu cão que teria sido capturado pela carrocinha do CCZ. Já tinha conhecimento dos locais por onde havia circulado o veículo no dia anterior. Consegui entrar. Circulei pelos canis e com uma máquina fotográfica comprada no caminho, fotografei uma caçamba lotada de corpos de animais mortos por intoxicação na câmara de gás. Tinham os pescoços quebrados quando ainda estavam vivos no momento que eram empurrados pela minúscula porta para dentro do cubículo onde ficava o equipamento mortífero”. Eulália continua suas lembranças: Quando os funcionários perceberam que ela fotografava os locais onde a circulação de pessoas estranhas era proibida, correram em direção à visitante. Um deles a empurrou e, num clique de sorte, ela conseguiu registrar a agressão. A máquina, ela relembra, caiu no chão, se abriu e o filme rolou. Ela conseguiu apanhar o material fotográfico, afinal, alguma foto poderia ter se salvado, e foi em direção ao portão. O taxista percebeu a movimentação estranha em que a passageira se encontrava no meio de todos aqueles funcionários que a cercavam e que, por fim, a deixaram sair.
Denúncia ao MP Segundo ela, uma única foto se salvou e foi revelada. Justamente a da agressão, onde o rosto do funcionário aparecia. E foi esta foto, ao lado de outras feitas em situações diferentes por outros protetores, onde se incluía a imagem da caçamba com os cadáveres dos animais, que compuseram a peça de denúncia de crime ambiental dentro do CCZ municipal ao Ministério Público.
O então promotor de Meio Ambiente, Fernando Galvão, conta a médica, solicitou mais provas para que pudesse visitar o local e registrar o flagrante. Uma campana foi montada por protetores nos arredores para descobrir os horários em que os assassinatos em massa eram cometidos. “Descobrimos que se matavam animais várias vezes ao dia, não tinham horários determinados”.
Foi então que, em 16 de maio de 2005, a câmara de gás do CCZ-BH deixou de existir. Uma cerimônia com a presença da imprensa, ONGs, protetores e secretário municipal de saúde para assistir a desativação do equipamento e a destruição do cubículo. (O Bichos de Companhia também estava lá. Lembro-me bem dessa cena e do pesado cenário dos canis infectos, com animais de olhos tristes no corredor da morte - Clique aqui para ler cobertura do blog Bichos de Companhia em maio de 2005 sobre a destruição da câmara de gás no CCZ-BH). O link foi desativado pelo Click 21, onde a plataforma antiga deste blog estava hospedada.
Fachada do CCZ-BH
A mudança já está estampada nos muros do CCZ-BH e o aperfeiçoamento do programa está nas mãos de novas gerações de veterinários do canil, de autoridades públicas e do apoio de protetores e organizações não governamentais
Hoje, os muros do CCZ-BH estão pintados com figuras e mensagens que alertam para a guarda responsável, a partir do controle populacional através de cirurgias gratuitas de castração (esterilização) realizadas pelo canil, que tem até um centro móvel de castração equipado para levar conscientização a regiões de baixa renda. Do lado de dentro do muro, naquele dia histórico de Feira de Adoção de um programa conjunto, a médica Eulália foi recebida com um cortês aperto de mão pela gerente do CCZ-BH, Maria do Carmo Araújo, que se mantém no cargo ainda nos dias atuais.
Mensagens lúdicas conscientizam a população nos muros do CCZ-BH
Quem também acompanhava de longe o trabalho dos voluntários da Feira Adote um Amigo eram os veterinários do CCZ-BH, Daniela Bernardes e André. Formados respectivamente em 2004 e 2010, eles já conheceram o canil numa nova fase, em que o extermínio de animais só abrange os soropositivos para leishmaniose visceral canina, com o uso de injeção letal precedida de anestésico, conforme prevê a Organização Mundial de Saúde (OMS), já que o Ministério da Saúde não reconhece o tratamento da doença e a PBH segue a orientação ministerial. Eles fazem parte, literalmente, de uma nova geração de médicos veterinários que tem nas mãos a responsabilidade de implementar mudanças ainda mais fundamentais, capazes de colocar o CCZ-BH na vanguarda de um amplo programa de guarda responsável e encaminhamento de animais resgatados à adoção.
E são eles mesmos quem explicam o trabalho do canil nos dias de hoje no que se refere aos cuidados e encaminhamentos de animais sadios. “Os animais adultos já saem castrados, vermifugados, vacinados e microchipados com os dados do novo proprietário. Os filhotes somente são castrados a partir dos quatro meses de idade”, esclarecem.
Os dois reforçam que, embora, o CCZ-BH não faça, ainda, feiras de adoção, o canil está aberto de segunda a sexta-feira àqueles que querem levar um dos animais que já receberam os cuidados pré-adoção para casa. “É gratificante saber que um animal saudável terá um lar e não mais voltará para a rua”, diz Daniela. “Acreditamos que as adoções no CCZ-BH deveriam ser mais amplamente divulgadas até mesmo para desafogar o trabalho das ONGs e melhorar a performance do programa de adoção”, concorda André.
O lugar nem de longe lembra o antigo CCZ da época da câmara de gás: a vida pulsa ali com plantas e animais vivos
NOS BASTIDORES DA XXI EDIÇÃO DA FEIRA
O trabalho fundamental de uma turma guerreira - os voluntários
Cães dóceis, lindos e apaixonantes
que ainda aguardam um dono responsável
Este aí seria um curioso com um objeto estranho olhando pra ele ou seria um pop star nato, louco pelos flashs? Lindo demais!!!
Olha onde este pequeno foi se aninhar...Quem consegue resistir a tanta fofura?Um pneu? Para eles um puff quentinho, gostoso e macio super disputado para tirar uma sonequinha. Quem saísse perdia o lugar
Olhe nos meus olhos e nos olhos do amigo aí da foto abaixo e resista se for capaz
Uma águinha porque ninguém é de ferro
No parque? Não, nos jardins de um novo CCZ. Uma nova história, ao lado de uma família humana, está reservada para mim
Juntos: o passado e o presente rumo ao futuro ainda melhor
A carrocinha e o cambão (aff!).....
O centro móvel de castração: este sim faz jus as lúdicas patinhas desenhadas na lataria
Divulguem à vontade, somente com o cuidado de informar a fonte, que é condição para divulgação de qualquer material deste blog, pois tudo que é bom tem de ganhar o mundo.
Graças a Deus.
ResponderExcluirAo chegar no CCZ-BH naquele domingo de adoções e encontrar Eulália, Adriana (Movimento Mineiro em Defesa dos Animais) e Graça Leal (Adoção BH) descobri que estávamos unidas por um sentimento comum: apreensão, medo de chegar ali e medo do que iriamos encontrar. É que conhecemos o CCZ de outrora, o CCZ da horrenda câmara de gás. Eu também vivenciei um pouco dessa luta da Eulália, organizamos juntas um seminário para discutir novas diretrizes para os CCZ municipais e eu cheguei a participar até de algumas reuniões na secretaria de saúde (só não participei de mais porque meu horário de trabalho era rígido). Quando desci do carro, meu coração estava acelerado. Minhas mãos ficaram trêmulas. Respirei fundo, tomei coragem e entrei. E gostei do que vi, me senti aliviada na mesma hora, mais leve, embora saiba que as mortes ainda existem por ali por injeção letal precedida de anestésico para casos de soropositivos para leishmaniose - já que por razões óbvias, porém não explicítas e nem assumidas, de custos o Ministério da Saúde não reconhece a prevenção adequada com vacinas contra uma zoonose e nem o tratamento da doença. E a Prefeitura de Belo Horizonte aproveita-se desse argumento e não reconhece, alegando seguir ordem ministerial. Destaca-se que a leishmaniose é uma zoonose assim como a raiva, portanto, ambas transmissíveis ao homem. Desta forma, se as prefeituras fazem campanhas de vacinação antirábica gratuitas, obviamente deveriam fazer também para a leishmaniose. Isso significa mais custos aos cofres estatais.
ResponderExcluirEmbora também saiba que os cães não adotados nas feiras Adote Um Amigo depois de um tempo são soltos novamente na rua, uma vez que estão castrados e vacinados. E a propósito desta matéria no blog, a amiga e protetora Regina Lopes contou que outro dia viu a carrocinha da prefeitura soltar algumas dezenas de animais não adotados nas feiras nas ruas do bairro Sagrada Família. O problema é que, segundo a Regina, esses animais não foram simplesmente soltos, foram jogados e um deles chegou até a mancar em virtude da queda. Lutas que ainda precisam ser ganhas e já vem sendo travadas por Ione Torquato e companhia limitada junto à Comissão Interinstitucional de Saúde Humana na Relação com os Animais e Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.
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ResponderExcluirEmocionante. Parabens a todos.
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