Tem um e-book grátis que vai falar tudinho pra você sobre os nossos cães vira-latinhas. Link neste blog.

Escolha seu idioma - Select your language - Elija su lengua

Escolha seu idioma - Select your language - Elija su lengua

domingo, 24 de outubro de 2010

“Comércio de animais em ambiente inapropriado não é forma de ganhar a vida"

A afirmação é do presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-MG), João Carlos Toledo Jr., em entrevista ao BICHOS DE COMPANHIA


Foto: Jornal Estado de Minas

A prefeitura municipal de Belo Horizonte pode virar o jogo no que diz respeito a comercialização de animais na cidade. Enquanto continua em banho-maria na Câmara Municipal o projeto de lei PL 559/2009, da vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), que proíbe a venda de animais no Mercado Central, o executivo deverá entregar nos próximos dias ao legislativo projeto elaborado pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) que impõe normas a esse tipo de comércio e o proíbe em locais onde se vendem alimentos.
O projeto foi formulado no primeiro semestre e há quatro meses foi entregue à prefeitura. A idéia é de que seja votado como substitutivo do PL 559/09. O texto prevê normas mais rígidas e fiscalização aos estabelecimentos comerciais que vendem animais. Uma vez aprovado, os comerciantes terão 60 dias para se adaptarem às mudanças. Além da regulamentação, o projeto do executivo municipal proíbe a venda de animais em locais onde são vendidos alimentos, ampliando a vigência da lei municipal n. 7852/99 que proíbe a entrada e permanência de animal em hipermercado, supermercado, padarias e similares.

Procurado pelo blog BICHOS DE COMPANHIA, o presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais em Minas Gerais (Anclivepa-MG), João Carlos Toledo Jr. respondeu, por e-mail, às questões sobre o tema. Leia a seguir a opinião do presidente da Anclivepa-MG:



BICHOS DE COMPANHIA: O senhor tem conhecimento do projeto que será apresentado pelo executivo municipal e deverá entrar como substitutivo do atual da Câmara? Qual a sua opinião sobre o projeto e sobre sua fiscalização na prática?
João Carlos Toledo Jr.:
Com relação a este projeto, eu tenho sim conhecimento e tenho uma opinião que certamente deve ser a mesma de outros colegas. Eu relaciono este tema com o que diz respeito ao comércio de animais em locais onde também se comercializam alimentos. Sinto-me muito desconfortável com o ambiente na seção do mercado central que mantém os animais para serem comercializados. Não acredito que seja um ambiente que atenda às condições de "bem-estar animal" e várias atrocidades, com certeza, acontecem ali. Acredito que talvez por uma questão cultural e de convivência, tanto os funcionários quanto os donos dos estabelecimentos enxergam os animais somente como mercadoria e os tratam da mesma maneira. Já recebi muitos clientes que têm a mesma mentalidade, enxergam os animais pelo valor financeiro deles e não pelo real valor, que é o valor de uma vida e este valor não se mede. As coisas podem ter apresentado melhoras, em relação ao que era no passado, mas acho que não se justifica esse tipo de comércio tendo por base alguns dos argumentos apresentados pelos comerciantes, de que se pararem a venda de animais, isso vai significar perda de emprego para muitos. Eu já considero que essas pessoas, não deviam abandonar o seu trabalho, apenas deveriam mudar o objeto de suas vidas e não esperar que comercializar animais de uma maneira inadequada em um ambiente inapropriado seja uma forma de "se ganhar a vida". A maneira como o projeto se apresenta deveria ser mais exigente com relação às condições mínimas para se manter esse tipo de comércio e por meio de fiscalização ostensiva impedir quem não se adequar de praticá-lo.


Placa na entrada do Mercado Central é no mínimo controversa

Bichos de Companhia: Qual a opinião da Anclivepa-MG sobre a obrigatoriedade de se ter um responsável técnico (veterinário) nos locais onde se comercializa animais? A entidade tem conhecimento se isso tem sido cumprido ou não?
João Carlos Toledo Jr.:
A Anclivepa não tem uma posição sobre este assunto que não seja a de que a lei deve ser cumprida e a legislação obriga que se tenha um "Responsável Técnico" nesses ambientes. Até onde eu sei, o CRMV-MG (Conselho Regional de Medicina Veterinária) busca sempre fiscalizar esses locais, mas esbarra sempre nos mesmos problemas de outros órgãos públicos fiscalizadores, falta de pessoal. Mas que a coisa deve ser de modo que em cada local que se comercialize animais, tenha sim que ter um médico veterinário como responsável técnico. Agora com relação ao fato de que se isso vem sendo cumprido ou não, em alguns locais sim, outros ainda não se adequaram e podem ser encontrados médicos veterinários que assinam como Responsável técnico, mas nem mesmo ou, muito eventualmente, comparecem ao local. Coisa semelhante aconteceu no processo em que as farmácias foram obrigadas a ter um farmacêutico presente em tempo integral.

6 comentários:

  1. Afinal pode ou não pode vender animais em petshops?
    Fiquei indignada com o Pet Shop Trilhos Dog Rua da Mooca altura do 3000,eles tem em uma gaiolinha minima dois filhotes de Labrador já grandinhos e só colocam aguá uma vez e retiram ,os dois filhotões ficam em cima da grade direto sem um jornalzinho se quer e em cima da gaiola deles tem um bando de filhotinhos de York nas mesmas condições.Reclamo aonde?

    ResponderExcluir
  2. Eu sou totalmente a favor dos animais.

    Apoio 100% a causa animal.

    ResponderExcluir
  3. O comércio de animais em Belo Horizonte ainda é permitido. Nossa luta começou para tentarmos impedir o comércio degradante de animais no Mercado Central. Um pto turístico que assusta turistas, sobretudo, estrangeiros que passam pela fétida e absolutamente triste ala dos animais. Os comerciantes são fortes. Mas, nós, estamos tentando pela estratégia inteligente derrubar esse tipo de comércio, tornando mais abrangente, com normas mais rígidas. A luta está só começando, o projeto está na Câmara dos Vereadores. Isso já é uma grande conquista. Levar o assunto pra discussão na pauta da Casa. Precisamos de apoio, de pessoas engajadas, que não só apóiam de longe, mas que façam lobby junto aos vereadores, vão às galerias, etc e tal. Qto à reclamar sobre bichinhos engaiolados, se há caso de maus-tratos flagrante vc pode acionar a polícia floresta (PM) ou a delegacia de meio ambiente.

    ResponderExcluir
  4. O pior de tudo no Mercado Central, que se tornou nossa bandeira maior, é o comércio de animais nas condições degradantes, com o agravante de que no local, bem próximo, são vendidos alimentos in natura e de outros tipos. Um risco de contaminação flagrante.

    ResponderExcluir
  5. Sou à favor de que se crie uma lei federal que se proíba terminantemente o comércio de aves em Petshops. Não importa se são reproduzidos em cativeiros...Eles tbm nascem com asas e querem voar! Não é justo isso, sempre ouço a mesma coisa dos donos dessas loja "Eles são reproduzidos em cativeiros"..E daí? Quanto aos cães e gatos vendidos nesses Pets, deveriam obrigatoriamente respeitar um espaço mínimo estabelecido por lei para esses animais de virine. Com multas e interdições desses locais. E mais empenho das autoridades policiais no combate à venda ilegal de aves nas feiras do Rio de Janeiro...Voìlá.

    Carlos Marcelo - Santos/SP

    ResponderExcluir
  6. É Carlos, suas palavras são justíssimas. Mas o caminho é árduo. A proibição em si é algo difícil demais, estão envolvidos muitos interesses. Haja vista o que estamos passando aqui em BH com os comerciantes do Mercado Central. Eles entram pesado, golpeiam baixo. Até a proibição temos muito estrada. A normatização com rigidez vai eliminar muita gente que não conseguir se enquadrar. É isso que esperamos. Agora pegamos o caminho e é só persistirmos sem esmorecermos em nenhum momento. Obrigada pelo seu depoimento. Ele é de grande valia para fortalecer o movimento e ajudar a formar opiniões. Nádia

    ResponderExcluir

O Bichos de Companhia agradece o seu contato. Em breve, enviaremos sua resposta.