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domingo, 17 de junho de 2012

Venda de animais na Feira de Artesanato de Belo Horizonte expõe fiscalização ineficiente e mancha a imagem da capital

 O pastor Belga e o pequeno rottwiller com seus olhinhos tristes de me leva para casa...
Domingo em Belo Horizonte é quase uma unanimidade: o passeio da manhã por entre as barracas da Feira de Artesanato montada na avenida Afonso Pena e o encontro com os amigos para tomar aquela cervejinha, acompanhada de acarajé, pastel, churrasquinho ou outro prato ao gosto do freguês, numa pausa depois das compras no local. É uma legião de pessoas, todas se acotovelando entre os espaços estreitos deixados pelas barracas para circulação das pessoas: belo-horizontinos e muitos turistas, de outras partes de Minas e do Brasil. Há quem goste (e muito!) de fazer o programa todo santo domingo.
Nesse espaço caótico, que nos dias de muito calor se torna quase insalubre, também tentam chamar a atenção dos clientes da feira uma turma que não está devidamente regulamentada, a exemplo dos artesãos que ali trabalham e tiram o seu sustento de sua arte. São ambulantes que pegam carona na tradição da feira de artesanato e levam em caixas dúzias de filhotes de cães das mais variadas raças. Os animais vão apertados nas caixas de papelão ou de transporte, com pouca ou nenhuma ventilação pela quantidade que é colocada amontoada ali. Eles se postam nos corredores de passagem de pessoas e também nos arredores da feira, nas ruas adjacentes.
Neste domingo, 17, na semana em que a Câmara Municipal de Belo Horizonte se abriu para audiência pública que discutiu proposta de proibição ou regulamentação da venda de animais domésticos na cidade, o Bichos de Companhia flagrou cenas capazes de estarrecer e de indignar aqueles que são sensíveis à situação insalubre em que pequenos animais, ainda filhotes, na maioria das vezes, são submetidos, expostos à venda.

Um jovem, talvez até menor de idade, parece não se importar com a irregularidade por trás de sua atitude e, menos ainda, com o fato de que tem em suas mãos uma vida e não um objeto inanimado

Quem passa por eles, para, olha, faz cafuné e pega no colo aquelas criaturinhas tão fofas. As crianças, de olhares inocentes e alheios ao sofrimento e perigos que aquela situação traz em si, são as que mais gostam de brincar com aquelas bolinhas de pelo e, para o deleite dos vendedores ambulantes, apelam e chantageiam os pais para levarem o bichinho para casa. E, de fato, mesmo adultos, um pouco mais conscientes, não conseguem resistir aos fofos filhotes, que, ainda por cima estão adornados de lacinhos colocados com o único propósito de encantar ainda mais, chamar a atenção e garantir a venda. Uma venda com preço, implicitamente, tabelado a R$ 250, por filhote, já que a concorrência é grande, a oferta é variada, o apelo é forte, garantido pela fofura natural de um filhote, e, nesse cenário, os ambulantes são leais entre si, o que ajuda, inclusive, o drible na fiscalização.

Um flagrante do extremo absurdo: um pai leva a filha (reparem no narizinho no canto da foto) para vender vida na feira, ensinado-a o caminho da irregularidade e, por que não, da insensibilidade no trato com outro ser vivo

Ao atrair as crianças, tornando-as foco de sua estratégia de venda, para conseguir com o que os pais desembolsem o valor cobrado pelo filhote, os vendedores ambulantes se tornam, naquele do momento, uma das pontas de um possível abandono do animal no futuro. Sim, porque essa compra, nessas circunstâncias, é feita tipicamente por impulso e só depois de alguns dias é que a família vai fazer as contas dos custos financeiros e emocionais que aquele cachorrinho fofo trouxe para o seio familiar. Compraram num ímpeto, desconsideraram o fato de que um outro membro da família tem uma alergia a pelos de animais, esqueceram-se de que a avó das crianças não gosta de animais ou mesmo pode facilmente tropeçar no animal, na sua difícil locomoção diária, cair e machucar. E adivinhem para quem vai sobrar? Para o pobre animalzinho indefeso que vai parar na rua ou entregue para a primeira pessoa que aparecer disposta a levar o bichinho também por impulso. Um ciclo vicioso do abandono.

Não se atenha apenas à fofura dessa poodlezinha de lacinho, na porta da caixinha. Repare no monte de pelo dentro da exígua caixa de transporte. Uma prova de que há um número maior de animais transportados ali, num espaço que é destinado a apenas um animal em condições normais

Bom, esta é uma situação que pode acontecer a partir da compra por impulso. Outra, é a morte precoce do animal já na casa da família, provocando uma comoção profunda, sobretudo, na criança que será apresentada de forma traumática ao sentimento de perda. Isso porque, com raras exceções, os animais ali expostos de forma inadequada e irregular para a venda sequer tomaram uma dose de vacina ou vermífugo, ou passaram por algum diagnóstico médico-veterinário antes de serem vendidos. Mesmo entre vendedores ambulantes que, ainda que irregulares, driblando a fiscalização, acreditam que se comportam de forma mais profissional porque levam fotos das matrizes reprodutoras ( "as minas de ouro" que são dispensadas quando não podem gerar mais filhotes para gerar lucros).

Esta mulher aí demonstra que tem tarimba na negociação dos filhotes e exibe as fotos das matrizes reprodutoras como prova da procedência e garantia de que os bichinhos não vão crescer mais que os pais

Na defensiva, esses vendedores ambulantes que comercializam vidas, sem o mínimo de cuidado na manipulação e respeito aos pequenos seres, alegam que estão ganhando o pão. Estão sim, ganhando a vida de forma fácil, sequer pagam impostos que qualquer comerciante regular paga, estão na irregularidade e, ainda por cima, explorando o sofrimento de um outro ser. Pense bem antes de cair na desculpa esfarrapada desses vendedores ambulantes de que estão ganhando a vida, pois com a venda de dois ou três filhotinhos, sem gastar um tostão de ônus para garantir o mínimo de condição de saúde para o animalzinho, muitas vezes desmamado antes do tempo, faturam mais que o salário mínimo, mais do que salário que muita gente que rala o dia todo em trabalhos dignos e honestos. Ganham a vida fácil, em cima do sofrimento de outro ser, não têm ônus algum e descansam a semana toda para levar mais filhotes de matrizes reprodutoras à beira da exaustão, desafiando acintosamente a fiscalização que padece de mais eficiência para ser justa no trato com os comerciantes e artesãos regulamentados que trabalham ali, vendendo, esses sim, o suor de seus trabalhos e de suas criações.

Este outro vendedor ambulante aí também se portava como um experiente negociador de vidas. Tinha várias raças à disposição dos interessados em pagar R$ 250, por filhote, preço "tabelado" por acordo implícito de cavalheiros entre os concorrentes

A partir dessa compra por impulso, não planejada de um animalzinho de estimação que terá de caber financeira, social e emocionalmente na vida da família, também podemos destacar uma outra situação que, em muitos casos, fere de morte uma lei, aquela que rege as relações de consumo. Explica-se: lembram-se que falamos anteriormente que os vendedores ambulantes, com raras exceções, não tem quaisquer ônus? Isso quer dizer que você pode estar levando para a casa um animalzinho com uma doença incubada que vai se manifestar poucos dias depois em suas mãos.

Olhe este outro poodlezinho aí: indefeso, exposto à venda, com uma carinha de quem não está gostando nenhum um pouco de estar ali

Fica a pergunta: por mais ingênuo e leigo que seja uma pessoa que compra um animal, em qualquer situação, o que o leva a cair em situações de risco, para o animalzinho e para a sua família humana, inclusive, quando esse indivíduo pode escolher dentre várias opções de raça, sem raça, um animal que está precisando de uma casa para continuar vivo e ser feliz, que está saudável, vacinado, castrado, e aguarda por uma adoção em abrigos superlotados? Alguns aguardam por uma adoção que nunca chega e morrem, de velhice, dentro dos canis superlotados dos abrigos que recolhem animais abandonados, fugidos, perdidos na rua, cuidam como se deve e os disponibilizam para terem uma chance de serem adotados.

Os mini-pinschers eram a sensação. Tão pequenininhos, tão frágeis, tão indefesos

Todas essas nuances que deflagram uma questão insalubre, de saúde pública, de comportamento, claro, acabam por gerar uma enorme mancha à imagem de uma atração de lazer para belo-horizontinos e turistas que visitam a cidade. Um contexto que torna ainda mais urgente os ajustes no projeto de lei 2178/2012, proposto pela vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), que versa sobre a proibição ou a regulamentação da venda de animais domésticos em estabelecimentos e feiras livres da cidade, para votação e aprovação.

14 comentários:

  1. Absurdo! O pior é que as autoridades nada fazem para impedir que esta situação seja resolvida.

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  2. Qual situação é pior ? Vender ou ficar perdidos nas ruas ?

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  3. As duas até pq a venda, sobretudo esta por impulso, leva ao abandono - e nao o abandono causado por fugas por negligencia de um guardião omisso, mas o abandono consciente e cruel provocado por um suposto guardião q se eximiu de suas responsabilidades por pura falta de planejamento familiar ao levar um filhote pra casa, sem mesmo considerar o fato de q ele iria crescer. Bichos de Companhia

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  4. As duas até pq a venda, sobretudo esta por impulso, leva ao abandono - e nao o abandono causado por fugas por negligencia de um guardião omisso, mas o abandono consciente e cruel provocado por um suposto guardião q se eximiu de suas responsabilidades por pura falta de planejamento familiar ao levar um filhote pra casa, sem mesmo considerar o fato de q ele iria crescer. Bichos de Companhia

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  5. Muitas pessoas optam pela venda irregular, pois o preço cobrado pelos criadores regularizados é algo absurdo. Já que estamos falando de comercialização de vida, não deveria existir nem a venda regularizada. Não podemos colocar preço em uma vida. Até porque a única diferença é que o governo se beneficia com essa venda através dos impostos. A fiscalização aumentaria, poderia até funcionar para diminuir os maus tratos nos criadouros, mas isso não é certo.
    Com relação às pessoas que compram por impulso, isso é outro ponto completamente diferente. A culpa não é dos vendedores. E sim de quem não tem controle sobre os seus atos e não mede consequências futuras. Se deixam levar por capricho dos filhos ou até por capricho próprio.
    A proibição de venda de animais é que deveria ser aprovada. Pois dessa forma, apenas aqueles que realmente amam os animais, cuidam, zelam por aquele ser, esses seriam criadores, por amor e não por dinheiro. (acredito que já existam pessoas assim)

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  6. Concordo em parte com o texto enorme que vc escreveu, mas nem todos que vendem os filhotinhos exploram suas criações, eu por exemplo tenho uma lhasa que criou 7 filhotes, tive que vende-los pois ninguém dá um filhote de raça de graça para os outros! As cadelas também tem que cruzar ao menos uma vez na vida para evitar cancer. Além de a venda dos filhotes ajudarem financeiramente na criação da minha cadela, pois gasto horrores com ração de qualidade, tratamento veterinário e banhos em Pet. A única opção que tive foi levá-los à feira, pois na interner é difícil vendê-los e em feiras há compradores, mas concordo com você, ví absurdos com filhostes lá, jogados no chão e muitos sem nem desmamar! Deveriam ser fiscalizados sim, mesmo os que vendem em site e os chamados criadores, porque muitas pessoas exploram dos animais e vivem dessa exploração sem dar condições dignas aos animaizinhos! Mas volto a dizer, nem todos são assim! Eu trabalho arduamente durante a semana, e por alguns fins de semana tive que ficar na feira com meus filhotes por necessidade de vendê-los, pois só lá é que estavam os compradores!

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    1. Prezado leitor, em primeiro lugar agradecemos a sua visita e, embora respeitemos a sua opinião, também nos respeitamos ao direito de discordar. Simplesmente o seu relato em relação ao tratamento que dispensa a sua lhasa só reforça a nossa postura contra venda de animais e a favor da defesa da castração/esterelização cirúrgica, do controle populacional. A partir do momento que coloca sua lhasa para cruzar e gerar crias que sustem os gastos que gera, está flagrante que faltou planejamento prévio ao adquiri-la, ao levá-la para casa. Sim, qualquer animal gera custo e isso deve ser levado em conta antes da decisão de ter um, se os custos caberão no orçamento, se a família estará disposta a prover alimentação, vacina, vermifugação, consulta ao vet sempre que necessário, e também no que diz respeito ao afeto e ao tempo dispensado ao amigo pet, que precisa dessa convivência, de passeios regulares. Se não tem condições de prover isso, não tenha o animal. É mais digno. Deixá-la cruzar somente por questões comerciais e para diminuir o prejuízo financeiro causado pelos gastos com o animal não se justifica. Antes não tivesse decidido ter a sua lhasa ao lado de sua família. A partir do momento que você decide ir à feira "porque é lá que estão os compradores" dos filhotes de sua lhasa, está contribuindo para o ciclo de crias indesejadas, do abandono e dos maus-tratos. Simplesmente porque vai entregar o filhote indefeso a quem lhe fizer a melhor proposta, preferencialmente, à vista. O destino que este filhote terá, destaque que é o filhote da sua lhasa, não importa. Se sofrerá maus-tratos, se será submetido à cruzas até a exaustão, se será abandonado, se será esquecido no quintal de casa, se vai oferecer riscos à saude pública pela falta de cuidados básicos de um tutor responsável e gerar riscos, inclusive, ao seu filho humano num futuro não muito distante, também pouco importa. O que importa agora é o presente, é auferir lucro fácil e rápido para recuperar o prejuízo causado pela sua falta de planejamento financeiro ao adquirir um animal e não ter condições de lhe prover o necessário. O repasse dos filhotes de sua lhasa nas mãos de quem der o maior lance, como num leilão, não é capaz de lhe causar nem um tipo de remorso nem mesmo ao lembrar do rabo abanando de felicidade ao vê-lo retornar para a casa, aos pulos totalmente alheios à sua intenção de colocá-la para cruzar com objetivos estritamente comerciais e à entrega de suas crias ao pior que o destino possa oferecer. Experimente: faça uma visita a um abrigo de animais recolhidos das ruas, que esperam uma única chance de ter uma família, e nao mais permitirá que sua lhasa dê mais crias que virão a estar sujeitas àquela situação de abandono. Sim, porque nos abrigos hoje em dia você não encontrará somente aqueles vira-latinhas típicos, mas cachorros das mais variadas raças, fruto do descaso, do descuido, da ignorância quanto aos princípios da guarda responsável e dos benefícios da castração cirúrgica. Pense nisso. A sua lhasa merece.

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  7. Só para completar: é mito o que dizem que as fêmeas precisam cruzar ao menos uma vez e esperar o primeiro cio para evitar doenças. É consenso entre os veterinários que quanto mais cedo a castração melhor. A recomendação é que a cirurgia seja feita a partir do 6º mês de idade. A castração evita doenças de mama e de útero nas fÊmeas, diminui a possibilidade de fugas, traz mudanças benéficas no comportamento do cão quanto à interação com os humanos, tornando o cão mais sociável e calmo, e até pode ajudar a diminuir os latidos incômodos.

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  8. Concordo com a opinião do Blog Bichos de Companhia, não existe justificativa para vender crias de animais ditos de "estimação" ou não. É preciso que a prática de venda de animais seja abolida da nossa sociedade e cabe a cada um de nós lutar para que no futuro, mesmo que a longo prazo, não exista a venda de animais desta forma irregular e irresponsável. A cada dia mais pessoas se conscientizam de que comprar um bicho só "alimenta" está "indústria" e faz com que mais fêmeas sejam usadas para procriar e render financeiramente a criadores de "fundo de quintal"...Infelizmente é totalmente utópico acreditar que conseguiremos acabar de vez com a venda de animais de estimação, mas vamos sempre lutar por este sonho! Para que se tenha sob sua guarda um bicho de estimação é preciso antes de tudo ter certeza de que poderá arcar com os custos gerados pelo bichinho e sempre lembrar que cães e gatos vivem em média 15 anos e ao envelhecer vão precisar de mais cuidados e que são seres como nós, que sentem fome, frio, sede, tristeza e alegria.
    Carla Roberta Magnani

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  9. Bom dia, isso tudo é um exagero pois criar cachorros para muitos é uma profissão e forma de ganhar dinheiro. Os criadores possuem custos enormes para manter seu plantel e a maioria cria porque gosta dos animais e sua convivência. Por que não realizamos movimentos para tirar os cachorros das ruas ou mesmo melhorar a qualidade de vida. Onde evidenciamos estas ações ?
    É muito fácil escrever críticas infundadas mas realizar ações de modifiquem os animais que vivem em condições inapropriadas é muto muito DIFÍCIL !!!!!

    Parabéns pelos comentários negativos sobre a matéria.

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  10. Bom dia, isso tudo é um exagero pois criar cachorros para muitos é uma profissão e forma de ganhar dinheiro. Os criadores possuem custos enormes para manter seu plantel e a maioria cria porque gosta dos animais e sua convivência. Por que não realizamos movimentos para tirar os cachorros das ruas ou mesmo melhorar a qualidade de vida. Onde evidenciamos estas ações ?
    É muito fácil escrever críticas infundadas mas realizar ações de modifiquem os animais que vivem em condições inapropriadas é muto muito DIFÍCIL !!!!!

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  11. Prezado leitor, agradecemos a sua visita e o seu comentário. Ressaltamos que o blog Bichos de Compqnhia está sempre à frente de ações em defesa dos animais e somos totalmente favoráveis à castração, à adoção de animais recolhidos das ruas, em situação de abandono e vítimas de maus-tratos. E somos radicalmente contra, em consequência, à compra e venda de animais.

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  12. Bom dia eu Alguém poderia me dizer onde fica essa feira eu gostaria de ir também eu quero comprar um cachorrinho

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  13. Bom dia eu Alguém poderia me dizer onde fica essa feira eu gostaria de ir também eu quero comprar um cachorrinho

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