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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Diário de Glorinha: Uma história comovente





O BICHOS DE COMPANHIA foi criado para auxiliar da melhor forma que pode na divulgação de atitudes e pessoas que respeitam a VIDA sob todas as suas formas, que começam a pensar MEIO AMBIENTE dentro de suas próprias casas, a partir das árvores plantadas em sua porta e do tratamento digno e responsável com o seu próprio animal de estimação. E, por isso, a comovente história das "Glorinhas" não poderia deixar de ser postada aqui, na redação primorosamente emocionante do protetor Crispim Zuim. Você vai se emocionar com a leitura e sua conclusão só poderá ser de que as Glorinhas merecem um final feliz. Para isso, só precisam de um lar com afeto e respeito.


UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E AMIZADE ENTRE DUAS CADELINHAS DE RUA

Meu nome é Glorinha. Vivia nas ruas, em companhia de uma grande amiga. Esta abaixo é a Glória, minha inseparável amiga de Rua.Nós entramos no cio com diferença de apenas 10 dias, e a natureza falou mais alto que a razão. Estávamos prenhas, esperando por um parto difícil, em algum buraco escavado em um lote vago. Quando faltavam uns dez dias para o nascimento dos meus filhos, um monstro me jogou uma panela de água fervente, e fiquei com a metade do corpo em carne viva.

Fomos resgatadas juntas e levadas a uma clínica, onde ficamos internadas.Meus filhos nasceram bem, saudáveis e fortes, apesar dos ferimentos e de todo sofrimento, graças à minha vontade de ampará-los, e à ajuda de algumas pessoas, que pra mim, devem ser de outra espécie, diferente daquele que me jogou a água fervente.

Foram seis filhos, cada um mais especial que o outro. Eu temia que nascessem em algum buraco, e que não sobrevivessem, mas com todo este amparo, acho que todos vão vingar.

Três dias depois do nascimento dos meus filhos, deu entrada na clínica, a Tuca, uma outra cadelinha, poodle preta, já em trabalho de parto. Ela foi encontrada em uma avenida, com o primeiro filhote já entalado e morto. Devia estar em trabalho de parto há horas, sem forças para parir os filhotes. Foi socorrida e operada às pressas. A maioria dos filhotes já estava morta, e em estado de decomposição, dentro dela.

Com todo este quadro, por milagre, um filhote que estava no final da placenta reagiu às massagens de ressuscitação e sobreviveu.A mãe voltou bem da anestesia, mas em razão da infecção, se manteve viva apenas por algumas horas, para que seu filhote mamasse o colostro. Morreu algumas horas depois, de infecção generalizada.

Vendo aquela filhotinha indefesa, e pensando no que poderia ter acontecido aos meus filhos, achei que teria leite suficiente, e decidi adotar mais esta menininha, que recebeu o nome de Tuquinha. As fotos abaixo mostram a Tuquinha, no dia em que nasceu. Eu não poderia rejeitar este bebê.

Com 3 dias a menos de vida em relação aos meus filhos de sangue, ela era muito pequena, e não conseguia disputar as mamadas, de igual pra igual. Foi aí que permiti que as pessoas que me ajudaram interferissem e a segurassem para que mamasse primeiro. Meu instinto me faria deixar os filhotes disputarem o leite, e que os mais fortes sobrevivessem. Mas tenho que admitir que a interferência humana, neste caso, foi necessária, ou então a Tuquinha não estaria mais conosco.

No dia seguinte, a Glória, minha inseparável amiga de Rua, pariu prematuramente três filhotes, sendo dois vivos e um já morto. Em razão do parto prematuro, seu leite não desceu, e vendo os dois filhotinhos, minúsculos e indefesos, decidi amamentar também os dois filhos de minha amiga. Agora já somavam 9, de três mães diferentes, sob meus cuidados. Não estava fácil, já que na briga pelas tetas, os filhotes acabavam arranhando meus ferimentos, e doía muito.

Todos nós, cães e humanos, sabíamos que eu não tinha mais colostro, e que os filhotinhos da Glória, por serem prematuros, não teriam muitas chances, mas mesmo assim, decidimos tentar.

O Leite da Glória desceu depois de dois dias. Ela passou a alimentar os próprios filhos, mas eles já estavam muito fraquinhos, e não sobreviveram.

Vendo o sofrimento de minha amiga, decidi dividir minha ninhada com ela. Ficamos as duas, sempre juntas, alimentando meus filhos, e também a Tuquinha, filha da Poodle preta que não sobreviveu ao parto difícil.

No início, ficavam cinco filhotes comigo, que tinha mais leite, e dois com a Glória, em sistema de revezamento. Depois que os filhotes abriram os olhos, virou uma grande confusão. Todos mamavam nas duas ao mesmo tempo. Nós dividíamos o mesmo ninho e amamentávamos todos ao mesmo tempo. Ao lado, alguns dias mais tarde, uma foto, da Tuquinha, já crescidinha, e disputando de igual pra igual o meu leite, com o Tourinho branco, o mais forte dos meus filhos.

Pensando em meus filhos, tive muito medo do futuro. Temia que eles viessem a passar pelo mesmo sofrimento porque passei, numa vida de abandono e maus tratos. Mas tudo deu certo. Todos foram adotados por ótimas pessoas, que sempre mandam notícias e fotos. São pessoas que gostam de animais. Foram integrados em famílias humanas, desfrutando dos cuidados e carinho que nós estamos agora podendo experimentar.

Depois deles, foi a nossa vez, minha e de minha amiga Glória, de encontrarmos um novo lar. Pras ruas, sabia que não voltaríamos mais. Os tempos difíceis se foram. Torcemos muito pra que continuássemos juntas. Somos mesmo muito amigas e não nos desgrudamos. Confesso que no início, ambicionávamos poder levar conosco um dos filhotes. Teria sido ótimo. Mas não deu. Os filhotes foram rapidamente adotados, e nós ficamos. Acho que as pessoas não gostam muito de cães já adultos, e com uma história nas costas. Mas mesmo assim, sentíamos que apareceria uma pessoa muito boa que iria nos querer.

Estávamos as duas vacinadas, vermifugadas, e o que é melhor, castradas. Depois desta história vivida com nossos filhos, acho que podíamos encerrar a carreira como reprodutoras. Esta não foi nossa primeira ninhada e nesta vida, já parimos filhos suficientes.

Minhas feridas estavam melhorando, e em pouco tempo, não queria mais me lembrar deste episódio. Ficaria com alguma cicatriz, já que as queimaduras foram muito extensas e profundas, mas pra mim não faria nenhuma diferença, e serviria para lembrar o quanto alguns humanos podem ser ruins

Na foto abaixo da nossa, fotos dos filhotes. Tourinho, Carvão, Lobinho, Xuxa, Tuquinha, Carly e Lola. Ainda sentimos saudades deles, mas sabemos que estão muito bem.

Todos os filhotes foram adotados por pessoas boas, que lhes garantiu um lar feliz. Eu e Glória fomos também adotadas por Ana Maria e Daniel, que nos ofereceram muito espaço, segurança e uma vida plena, como todo cão merece.

Achamos que havíamos encontrado nosso lugar. Estávamos comemorando a vida e as surpresas que ela nos reservava. Em breve teríamos mais um filhote pra cuidar. Estávamos prestes a ganhar um irmãozinho humano. A Ana Maria estava grávida e mal podíamos esperar pra ver a carinha dele. Ele será uma criança muito feliz, e nós nos encarregaríamos de muitas brincadeiras. Estávamos felizes porque teríamos mais um filhote pra ajudar a cuidar, mas sem o compromisso da amamentação, que ficaria por conta da Ana.

Será uma criança que vai aprender desde cedo a respeitar e a amar os animais. Pena que não chegaremos a conhecê-lo. Esta alegria a vida não nos permitiu experimentar. A Ana e Daniel precisarão se mudar, e terão que ir pra um apartamento muito pequeno, onde não haverá lugar pra nós. Mais uma vez estamos, às duas, à procura de um lar. Somos gratas a eles por nos darem uma família, ainda que por pouco tempo. No tempo em que estivemos com Ana e Daniel, fomos muito bem tratadas. Estamos saudáveis e felizes. Mas se assim desejou o Deus dos animais, nos resta a resignação.

Não nos damos o direito de temer a vida. Estamos tristes com a separação, mas sabemos que pras ruas não voltaremos mais. Estaremos prontas pro que der e vier, desde que possamos continuar juntas. Esperamos apenas que um dia, possamos encontrar uma família definitiva. Cada troca de casa, pra nós, é um abandono. Esse dia chegará, nem que seja no céu dos animais.

Estamos, novamente, disponíveis para adoção. Mais uma vez, obrigadas a realçar nossas virtudes. Somos dóceis, carinhosas, protetoras, gostamos de crianças, estamos vacinadas, vermifugadas, castradas e com ótima saúde. Seja feita a vossa vontade.

CONTATO PARA ADOÇÃO: 3477.7602 – Crispim / 3653.6353 - Ana Maria

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